terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Carta não enviada

      Não lembro a data que escrevi, só sei que foi neste ano (de 2014) não vou citar o nome do destinatário(a).

      "Eu sei que errei. Fiz uma lavagem estomacal... numa tentativa frustada de fuga não sei. Quando vou te ver? Um dia a gente e encontra eu sei. (aliás eu te vi hoje - 23/12/14 - você saiu do banco, atravessou a rua e foi ao mercado, e se perdeu quando entrei na farmácia. Nem deu tempo de te dar um 'oi' mas deixa, foi bom te ver. Um dia a gente senta e conversa por horas e horas, tenho fé...)
      A primeira vez que nos encontramos nem deu tempo de saber (ou deu pra reparar?) do que você gosta, quais livros já leu, se vai à boate (me parece que não). Acho que te assustei com tantas cartas. Quero assistir 'Lucy' (no tempo que escrevi esta carta estava passando este filme no cinema).
      Eu fico muito comigo mesma. "É com minhas idéias que tremo, com a minha consciência de mim."
     Estou lendo "Esquerda caviar" o autor critica a elite socialista...
   

Um Beijo,

Bárbara L. S. P.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Você vai ser uma modelo famosa viciada em tudo, teremos uma casa no RJ. Vamos comer lula à milanesa. Ocorrerá discussões, mas depois muito amor e carinho. Vou mexer no teu cabelo até você dormir. Um anjo cuidará de nós. Compraremos colares de miçanga, tomaremos banho na cachoeira. Vamos rir de nossos erros e nos sentir otimistas. Vou comprar um baú para guardar as cartas trocadas antes de nos conhecer. No inverno iremos nos aquecer na lareira, e ficarei estressado só de ter que pegar a lenha. Assistiremos o nosso filme preferido milhares de vezes e veremos a filosofia dele. Filmaríamos a chuva caindo na janela. Terminaríamos juntos e agradecidos por ter uma vida inexprimível.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

domingo, 14 de dezembro de 2014

"Este é o segredo mais profundo que ninguém conhece. É a raiz das raízes, a semente das sementes, o céu dos céus de uma árvore chamada vida. Que cresce mais alto que a alma pode subir ou a mente atingir. E é o que mantém as estrelas como estão. Eu carrego o teu coração. Carrego-o no meu coração."

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Abstraio em mim: você
A eterna chegada e partida
O eterno amor platônico que sinto...
Vejo meu sonho: você
Em mim fica o surreal
momento de permanecer em: você
Permanece o desejo intrínseco de
te tocar, te conhecer em cada gesto seu

Em cada palavra sua, nos seus lábios
que dizem: "sim, eu te quero sempre"
Fica a ilusão caleidoscópica do amor
recíproco e faço gestos leves como
levar o cigarro à boca
Penso no aviso que me deu,
nos seus olhos cheios de vida
Imagino o inesperado
e que não acontece nunca

Desperto então sozinha
sem você ao meu lado
e fica tudo cinza
Para mim a vida é: sucessões de paixões,
 pensamento e emoções

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

"Estou a deus dará" pensou. "Não cuido nem do que me pertence; e quanto a mim: nem me importo." Ao pensar isto seria uma forma de se auto-analisar. Não tem dinheiro para terapia muito menos para cuidar do corpo. Fica uma ideia de que não-se-importar iria virar rotina. Se importa sim porque se não importasse estaria estabilizada. Permanece o receio de coisas novas. Nostálgica comodidade.

sábado, 22 de novembro de 2014

Água

Ela se sente como uma pessoa que foi deixada em uma ilha isolada, que nadou por todos os oceanos azuis, que correu muito; contou histórias(verdadeiras ou não) e que faminta procura um pouco de civilização, mas seu destino seria o isolamento? Sem fôlego procura explicações. Seus músculos estão fatigados porém não desiste. Procura então remédios que a faça encontrar a rainha de seus sonhos(aquela que sonhava quando estava na ilha) mesmo se não estivesse com certeza de que era surreal. Pensou em desistir, mas teu instinto era mais forte. Sua busca incessante nunca teria fim, afinal é tudo um ciclo.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Como uma viagem sem volta, ela se deitou ao lado dela, beijou-a por muito tempo. Lembrou de canções antigas, permaneceu quieta. Não conseguiu dormir. A madrugada inteira ficou pensando como seria despertar de um sonho em que se permanece desperto mas mergulhado nele. Viu a luz do sol nascendo (a muher que estava ao seu lado ainda permanecia dormindo) mas ainda não era o momento de voltar.

sábado, 13 de setembro de 2014

"Eu te amo para começar a amar-te. Para recomeçar o infinito e para não deixar de amar-te nunca."

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Juventude Perdida

Penso que minha juventude foi perdida. Nessa transição de adolescente para adulto vejo que não teve solução: foi perdida. Com o estardalhaço ou exagero de drogas e bebidas, acredito que a idade adulta será diferente. Tenho esperança. E acredito que sim que posso mudar. Só que a consequência foi a doença que irei carregar para a vida toda. E ainda fica em mim uma visão opaca tentando ver o que realmente eu queria com tudo aquilo no passado. Será que a história se repete? Mas agora chega. É preciso entender o passado para ter o presente e o futuro melhor. É preciso aceitação e conformismo. Pensar e sentir. Ter outra percepção. Mas aprendi com a juventude isso é inegável. Quando se aprende o efeito é o crescimento, isso eu não tenho dúvida. Toda aquela "agústia no fundo de todos os prazeres" acabou. O que ficou foi o aprendizado e o consentimento.

domingo, 10 de agosto de 2014

Onde estão as cartas?

O lance das cartas é o seguinte: você não sabe quando a pessoa vai abrir teu envelope e sabe lá quando irá te responder e outra coisa: se a carta não for desviada das tuas mãos. Então a incessante ansiedade aumenta, o coração acelera. A pessoa mora na mesma cidade que a tua e quando encontra é quase impossível a comunicação. Você escreve e não obtém resposta. Procura em todas as redes sociais e nada. Até que você desiste. Todas as cartas seriam em vão, pensa. Então ela aparece em uma boate GLSBTT...

O remédio

Querido(a) desconhecido(a) se você me ligasse hoje... Você me ligou ontem três vezes; eu não atendi uma ligação porque não deu tempo as outras duas eu não atendi porque estava dormindo devido ao Dramin. Meus pensamentos estão à flor da pele. Meu isqueiro está sem fluído: na rua um rapaz me pediu isqueiro, disse que não tinha. Estaria eu mentindo? Na verdade eu tinha o isqueiro mas não era capaz de acender o cigarro. Desconhecido eu não saberia o que te dizer. Mas só sei que conversar com você seria um remédio para a minha aura. Não iria te dizer nenhuma mentira sobre mim. Ao certo eu iria depender de você pelo resto da vida, assim como meus remédios: uma picada por mês, o Arasid vai acabar no final de agosto e o Akineton: tomo quase todas as manhãs(quando acordo cedo) ou quando esqueço à tarde mesmo. Parei com a vivência, mas parece que ela me persegue.Desconhecido: eu sei bem o que você iria falar pra mim.

domingo, 13 de julho de 2014

Estou me sentindo fraco. Fraco ao tempo, fraco ao clima... até para escrever. Estou exausto (suspiro). Não sei o que causou isso, não sei se há cura para esse enfraquecimento. Às vezes penso que é melhor não saber o motivo dessa fraqueza. Mas para onde foi toda a força?

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Só uma dose

Ela revelou um de seus segredos. Injetou uma dose de morfina em seu corpo. Era verão de 1974. Pensou em suas crises, suas angústias, suas paixões, seus delírios.
-Izzi, disse Violet, no que está pensando?
-Em você, disse Izzi.

sábado, 24 de maio de 2014

Prólogo: enigmático/estrépido/intrépido.em divagações perenes./ Epílogo: misterioso/incita seu/desprovido/não entendido/como grandioso feito: retirar-se.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Os outros

 Nunca somos nos os culpados entretanto os outros. Queremos sempre ser ‘os outros’ – que seja você mesmo. "aquela outra vida sim que é ideal’’. Ora, se todos nós queremos ser os outros, então nunca somos alguém. Então este “os outros’’ não existe. Criamos então uma imagem utópica, um ínclito ideal de vida. Mas essa pessoa indeterminada pode ser alienado, pensar com o pensamento dos outros. Ou pensar aquela ideologia da classe dominante... ('alien' em latim significa 'outro'). Uma tal de "revoução do outro’’ só será possível quando tivermos noção de sermos nós. Construindo deliberação própria. Fazer a verdade dos outros sendo do cada um o outro dos outros.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Devaneios

Passava horas em devaneio... sempre produtivo as suas ideias. Então sua alma remoía-se com a grande questão de como fazer todos estes delírios em ação. Agir seria sua maior fraqueza. Suas dúvidas eram rutilantes, as convicções implícitas.

terça-feira, 20 de maio de 2014

Aquela

Aquele guardanapo com o nome e o telefone dela, ou, aquele momento em que você pediu para que ela escrevesse de-qualquer-jeito e ela escreveu; uma conversa guardada; uma guitarra elétrica, um cubo, uma cadeira azul, telas em-branco, tintas, quebra-cabeças, molduras, mp4, câmera fotográfica, telefones que não funcionam mais, jeans, alguma coisa escrita atrás dos quadros (a recompensa, a desilusão), re-integrar-se, uns kilos a mais; o amargo o doce a mesma-cor; uns livros traçados; aquele tênis arrebentado de tanto usar; o primeiro encontro.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Embaço

Esse amar que é. Não existo: sou intermitência entre desejos infindáveis e descrição de aspecto. Será um não-existir que observo com clareza de um embaço quando há paixão?

05/03/2012

E acaba, acaba tudo, tudo mesmo. Ah. Mas vem aquela lembrança de que algo poderia-ser-bom, e poderia. Vem um aviso pela manhã de alguém - por telepatia - te dizendo: "Acorda, minha linda" e ainda tem coragem de te chamar de "minha" e aí vem um choro involuntário daquela ausência que deixou e te deixa muito inquieta. Não é mais aquela KOSA, não, Não mais. Era como uma ilusão realizada e era só aquilo. Só a gente, e nada mais importava. Não, não mais. "E daquela bela acordada - entenda: o mundo ta aí, eu sempre estive contigo e sempre vou estar: relaxa: o mundo te engole mas te engole aos poucos; vem com essa não de que sempre-pensou-em-mim. Te dou esse toque para não se iludir com outrém. Comigo se quiser e COMO quiser; eu sei que era sempre comigo. Se quiser se entregar, te entrega. Como quiser, que quieira, que quisesse. E vai ser como quiser. E você sabe que é assim, você sabe. Eu também quase nunca fui com você. Eu te acordo mas você sabe que é-do-meu-jeito, e você ama esse 'meu' totalmente teu; tudo bem?" Arriscar é sempre bom, é singular, uma ação tua, e tão somente lá-do-fundo-de-você que te dispersa e te machuca tanto, e o tal fato de não dar certo, mesmo sabendo, disfarçando que não entende. A quietude antes era boa, mas agora irrita, como um ruído que desconheço só por conhecer bem porque sempre permanece vez-enquando. E que te invade de-repente e suga. Aí estoura tudo e fode. Fode mesmo. E é assim, com repetição. Acabaram comigo amor, acabaram mesmo. Nem sei mais. Até que sei, muito bem. É por falta de um ombro? Talvez nem precise mais, você sabe que esse ombro foram algumas coisas da geladeira. Ou de qualquer bar, ou esquina, não sabe?! Eu sei que sabe. Uma paixão errada numa esquina certa. Mas que te aceitou porque viu nos teus olhos  que era aquilo mesmo que queria naquele instante, não depois, naquele exato instante; mesmo sem nehum tostão. Sem nada.  Nem qualquer garota de programa saberia. E o que iria saber? Era só aquilo e sempre foi. E que se aparecer algo colorido na carteira com aparência de papel será assim. E que eu tenha o encontro perfeito do-tipo: ao acaso como foi ou como meio "acolhedor"? como foi. Parecia você, te juro.! Adivinha o que ela me disse, pode apostar. Depois de me beijar. Nem vou te dizer porque você sabe. Ela me disse: "conversa comigo" e eu tinha grana? Eu queria morrer, ou não né. "queria morrer nas pernas?" De onde tiraria dinheiro numa hora daquelas. E o dinheiro dado pela mamãe dá não. Agora eu sei desse teu "acorda aí". Eu sempre soube. Mas quis deixar para depois... Profundamente, entende? É uma neura minha, só-minha. Compreende. Às vezes não quero outrem ligando-se a isso, sabe? Você nem fala mais comigo, me acorda de-repente na minha cabeça e some. Ato covarde às vezes. Eu nem sei mais, nem mas. Eu me torturo sem pensar. E você nem está. Me deixa um estrago, ou uma coisa boa. Num jeito só seu. Eu sempre uso a mesma droga e ainda me pergunto por que. É comigo. E você finge não estar nem aí. Mas no fundo você está eu sei. 'Let it be'. Como quiser, como sempre foi, como seria, como será. Como está. Aí a gente sente saudade. Vem soco no estômago, soco na cara, comida estragada, gaiola, gosto ruim na boca, coisa involuntária. Me vem queimação, exaustão, chega. E você me vem assim? To quase morta já - QUASE. Pensava em acabar com o cara. Por que ela acabou comigo. Mas e daí, não vai dar em nada. "Ela nunca vai te amar, e essa dor continuará. Acostuma. É mais fácil."