quinta-feira, 16 de julho de 2015

Me beija como se o tempo não existisse e que tudo fosse uma singularidade de acontecimentos supostos. Me abraça e diz que não vai me deixar, que irá cuidar de mim. Por favor não vá. Volte e fale-me de suas vivências iludidas e que agora eu sou sua única escolha sem opções. Me fala das touradas e que isso não foi só imaginação. Não quero mais mistérios escancarados, quero o real inventado sem apostas. Lembro apenas de um beijo teu, que guardei. Se quiser ir vá. E não recorde do passado. Eu vou então, já que seria uma utopia você me deixar, se esconder. Bicho a abstinência está acabando comigo. Só você me acalma e ao mesmo tempo me deixa nervosa. Não quero mais. E se por algum engano eu te ligasse as três da manhã e te dissesse que estou sentindo sua falta e que ando pensando muito em você. A tua declaração foi realmente metaforicamente implícita na divagação de um "eu" apaixonado e incoerente. Você vai entrar em meu apartamento e sentir vibrações boas e uma nostalgia. Deitará na minha cama e irá fazer gestos e imagine e ficará tão bem que dormiria.


Te beijo. Te abraço. Não vou te deixar e cuidarei de você. Eu não vou e ficarei falando do meu passado abstrato. Hemingway não era imaginação. Também lembro do teu beijo. Eu atenderei o telefone e direi que está frio sem você. A declaração incoerente? Não seria melhor dizer que ficou surpresa? Não, não sou casado. Irei entrar no teu apartamento e irei sentir vibrações positivas e entraria em um sono profundo contigo.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

A ilusão da realidade que não volta

        Não sei se o mundo está caminhando para um beco escuro e que possivelmente descobrirá uma resposta que será compatível a sua personalidade. Uma pessoa talvez, uma garota solitária ou seria mero prazer em ficar no beco. Só porque ela passou por ali e ele não escondeu nada e assim ela permaneceu solitária com pessoas ao redor dela. É difícil encontrar pessoas que ainda tenha uma(ou varias) paixão(ões) dessas de cinema ou livro. É um processo criativo orgânico que depende da ficção instalada ou da fantasia desvairada... Assim: não é possível criar sem ao menos ter uma ilusão da realidade ou ser totalmente realista. Escrever é fantasiar porém há casos que define totalmente uma realidade utópica, é preciso entrar de cabeça no mergulho, para que todo teu corpo trema com a própria consciência de si e do cosmos. Seria uma ilusão de uma realidade alucinada. Escrever é: tragar a própria essência. Existe em mim um passado de fantasias e uma realidade recalcada ou tocada por um anjo ou a própria consciência de um eu voltado para si. Um dia, se a memória voltar a tona eu escreverei uma auto-biografia, penso muito em escrever assim: a ilusão da realidade que não volta; e se voltasse seria o mesmo? Não precisa estar ou já ter cursado uma faculdade para publicar um livro. Maybe. Um curso superior não vai mudar meu estilo literário mas sim o que leio. Andei lendo Caio F. e as histórias em quadrinhos de Neil Gaiman e umas críticas de Freud, biografias de P.K.D. E estou assim: quem sabe um dia nos encontramos, com sua voz no meu pensamento e quando o telefone toca sempre imagino que seja você. Como eu escrevia poemas com tanta facilidade. O remédio as vezes me bloqueia. Escreverei sim sobre nós, e o que permaneceu: um amor infinito. Diga-me você realmente existe?